A condenação do Brasil pela Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos é um sopro de esperança para as famílias que foram vítimas das precárias condições de trabalho, da exploração da pobreza, da omissão do Estado e que perderam entes queridos na explosão da Fábrica de Fogos em Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano, em 1998. A análise é do deputado estadual Robinson Almeida (PT) que há anos acompanha o caso que tirou a vida, em dezembro daquele ano, de 64 pessoas, entre elas de crianças e mulheres, a maioria negra, como ressalta também a OEA na decisão que condenou o Brasil pela nona vez por graves violações de direitos humanos. Até hoje contudo, observa o parlamentar, ninguém foi preso pelo crime.
“A condenação do Brasil é um sopro de esperança para quem busca justiça e reparação. Até hoje os responsáveis pelo crime que chocou e resultou na condenação internacional do Brasil estão soltos enquanto as famílias ficaram presas na dor do desamparo, sem seus entes queridos, com suas vidas destroçadas e o sentimento de injustiça “, observou Robinson, que em 2019 esteve no Tribunal de Justiça da Bahia com representantes do Movimento 11 de Dezembro para cobrar justiça ao caso. “Querenos justiça, justiça para essas famílias, para a memória dos que perderam a vida de forma trágica e precoce e para que tragédias como aquela, que reflete a desigualdade social e ausência do estado, não aconteçam nunca mais”, enfatiza o parlamentar, que cresceu em Santo Antônio de Jesus antes de se mudar para Salvador.