Trinta dias após ter promovido um encontro em Irecê, a Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia e Serviços Públicos, da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), voltou a debater a implantação da Universidade Federal da Chapada Diamantina (UFCD) com lideranças políticas e representantes da sociedade civil organizada, desta vez na Câmara de Vereadores de Seabra. A audiência pública é resultado de um requerimento do deputado Robinson Almeida (PT), que presidiu o encontro e ouviu a população fortalecer o coro pelo aumento de vagas de ensino superior no interior do estado.
O petista enfatizou o momento oportuno para a satisfação do pleito histórico da população, que anseia pela criação de uma universidade federal e de qualidade próxima de casa. Conforme ressaltou o parlamentar, a eleição do presidente Lula devolveu a esperança de crescimento educacional no território. O legislador ainda criticou os governos Temer e Bolsonaro, aos quais atribuiu a execução de uma estratégia de sucateamento da educação, da ciência e da cultura no Brasil.
“Para se ter uma ideia, o orçamento para educação em 2022 voltou ao patamar de 2013. As universidades passaram a ter dificuldade de pagar conta de luz, conta de água, muitas pesquisas foram interrompidas, ampliações foram paralisadas”, afirmou.
Na oportunidade, o Robinson Almeida elencou as principais realizações dos governos Lula e Dilma na Educação, que impactaram positivamente a Bahia – a exemplo das implantações da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf); da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab); Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB); e a Universidade do Oeste da Bahia (Ufob).
“Todo baiano voltou a sonhar em ter uma universidade próxima da sua cidade, próximo da sua casa. Para que seu filho e sua filha tenham a oportunidade que não foi dada a ele, de fazer um curso superior federal próximo de sua casa. Qual é o sacrifício de manter o seu filho em uma universidade em Salvador? Sacrifício pessoal, familiar, financeiro, de toda a monta, que cada um aqui não se nega a fazer porque proteger e educar os nossos filhos e dar a oportunidade de curso superior é dar a ferramenta que é o seu maior legado da vida que é ter uma profissão”, frisou.
O representante quilombola, João Batista dos Santos, ressaltou a importância do parlamento ouvir as demandas da juventude e que UFCD seja multicampi. O cacique Juvenal Teodoro Paiaiá defendeu a inclusão do estudo da história e do legado deixado pelos povos originários na matriz curricular dos cursos da pretendida universidade.
Durante todo encontro foram debatidas questões ligadas à necessidade do acesso dos habitantes da Chapada ao ensino superior federal na própria região. Mecanismos, estratégias, anseios e expectativas foram discutidos na audiência, com ampla participação da sociedade civil organizada.
Também participaram do debate o prefeito de Seabra, Fábio Miranda; a presidente da Câmara de Vereadores de Seabra, Rosilene Souza dos Santos; representando a juventude, o aluno da Escola Família Agrícola de Seabra, Moisés Ribeiro dos Santos; representando da campanha em prol da UFCD, Ana Carolina Delfino Régis; a secretária municipal de Educação de Barra da Estiva, Marizane Lima Martins; o representante da Uneb do campus XXIII, Leonardo Teixeira; o secretário do Colégio de Desenvolvimento Territorial do Codeter, João Alberto de Souza; a coordenadora de gestão de pessoas do campus de Seabra do Instituto Federal da Bahia (Ifba), Suélia dos Santos Braga; a prefeita de Boninal, Celeste (PT); o prefeito de Barra da Estiva, João de Didi, o vice-prefeito de Ibitiara, Pedrinho, a liderança de Cafarnaum, Samuel Pires, os deputados Jorge Solla e Nelson Leal, além do secretário das Comissões da ALBA, Bira Corôa.
Uma nova audiência pública para discutir a implantação da Universidade Federal da Chapada Diamantina está prevista para o município de Itaberaba em dezembro, mas ainda sem data definida.