O deputado estadual e pré-candidato à Prefeitura de Salvador, Robinson Almeida (PT), usou a tribuna da Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (7), para responsabilizar o prefeito Bruno Reis (UB) pela greve que os rodoviários anunciaram para a semana que vem. Em reunião na manhã de hoje, o Sindicato dos Rodoviários não fechou acordo com a Superintendência do Trabalho e Emprego e o Ministério Público, o que acarretou na manutenção da paralisação no sistema de transporte público, na próxima terça-feira (14).
“A paralisação é porque não há garantia de recebimento da primeira parcela do 13º salário no final do mês, 30 de novembro. Isso é da inteira responsabilidade da Prefeitura de Salvador, que desde a gestão passada adotou um modelo equivocado de concessão do serviço de transporte, a chamada concessão onerosa, que ao invés de ajudar e subsidiar o transporte público, impôs uma taxação de R$ 180 milhões às empresas que ganhassem a licitação”, ponderou Robinson.
O deputado explicou que a taxação implicou no aumento das tarifas e não foi suportada pelas empresas, o que levou ao fechamento de uma bacia de transporte, enquanto outras duas estão em situação precária. Robinson também alegou a falta de fiscalização da Prefeitura em relação aos contratos, incluindo a não renovação da frota de ônibus no prazo estipulado e a ausência de ar-condicionado em todos os veículos.
Robinson ainda criticou a redução das linhas de ônibus e a implementação do BRT, que, segundo ele, se sobrepõe a uma linha de metrô já existente.
“Todo mundo que estiver na Estação da Lapa e quiser chegar até a Estação Rodoviária já tem uma linha de metrô, funcionando rápido, em menos de 15 minutos. Daí foi feito um BRT com a mesma origem e destino. Então, um investimento de mais de R$ 1 bilhão em um modal considerado defasado em todo o mundo. Quando se passa por esse BRT você vê as estações vazias, a população não usa. Portanto, é de responsabilidade do prefeito [Bruno Reis] a greve anunciada pelos rodoviários”, finalizou.
Para que a greve dos rodoviários seja formalizada, o sindicato deve apresentar à Justiça um documento que informa sobre a paralisação no prazo de 72 horas.