Deputado Robinson Almeida chama de “crime” privatização da Eletrobras: “nenhum país do mundo vende seus ativos estratégicos”

Conta de Luz ficará 20% mais cara, depois de privatização da estatal

Engenheiro eletricista, o deputado estadual Robinson Almeida (PT) criticou duramente a aprovação, na noite de quarta-feira (19), da medida provisória (MP 1031/21), que permite a privatização da Eletrobras. A base de sustentação do governo federal na Câmara dos Deputados, com o apoio do DEM, garantiu 313 votos a iniciativa de Bolsonaro, que segue para avaliação do Senado Federal.

Maior empresa de energia elétrica da América Latina e sexta empresa mais lucrativa do Brasil, a Eletrobras registrou lucro líquido de R$ 6,4 bilhões em 2020. A expectativa de lucro da empresa em 3 anos é de R$ 30 bilhões. A estatal está avaliada, sem as linhas de transmissão, em R$ 370 bilhões, mas o governo Bolsonaro projeta vende-lá por R$ 25 milhões.

Diante desse contexto e da importância da companhia para o desenvolvimento e soberania energética brasileira, Robinson Almeida chamou de crime sua privatização. Ele concorda com especialistas e reforça o alerta de que a privatização irá tornar até 20% mais caro o preço da conta de luz cobrado dos consumidores brasileiros.

“Privatizar a Eletrobras é um crime contra o Brasil, contra nossa soberania energética. Nenhum país do mundo vende seus ativos estratégicos, que dirá a preço de banana. Se privatizar a estatal, com Lula presidente vamos lutar para reestatizá-la e devolver esse importante patrimônio ao brasileiro”, afirmou Robinson, que lembrou do Apagão enfrentado pelo Estado do Amapá durante 21 dias este ano, com o serviço sendo operado pela iniciativa privada.

“Uma privatização iria dificultar o acesso à energia em todas regiões do país e teremos com certeza um grande aumento no preço, atingindo as contas residenciais e a produção industrial”, enfatizou o parlamentar.

Fundação

A Eletrobras começou a ser projetada no governo do presidente Getúlio Vargas, em 1954, com a criação das Centrais Elétricas Brasileiras. A proposta, contudo, enfrentou grande resistência da classe política da época e só foi efetivada 7 anos mais tarde, quando o presidente Jânio Quadros assinou a Lei 3.890, autorizando a constituição da Eletrobras. A instalação da estatal aconteceu no ano seguinte, já no governo do presidente João Goulart.