Os deputados estaduais Robinson Almeida (PT) e Rosemberg Pinto PT), líder do governo, protocolaram na Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira (5), requerimento solicitando a realização de uma audiência pública para discutir os impactos econômicos e sociais do encerramento das atividades da Petrobrás na Bahia. Eles também propõem a criação da Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás no estado. A data da realização do evento ainda será definida com o cerimonial da Casa Legislativa.
A iniciativa surge depois que o Sindicato dos Petroleiros na Bahia informou que a Petrobrás vai encerrar suas atividades no Estado e no Nordeste. A medida do governo Bolsonaro deve impactar a economia baiana, que ficaria dependente, por exemplo, do refino do petróleo e gás. Outra questão que preocupa os parlamentares e está conectada com eventual encerramento das atividades da Petrobrás no estado é a venda da Refinaria Landulpho Alves, o encerramento das atividades da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) e a venda de campos terrestres na Região Metropolitana de Salvador, que produzem 32 mil barris de petróleo por dia.
De acordo com o deputado Robinson Almeida, se a ação do governo federal se concretizar produtos como gasolina e gás de cozinha ficariam mais caros para o consumidor final. A agricultura baiana, que depende da produção de fertilizantes da Fafen, também seria impactada. Além disso, acrescenta o parlamentar, haveria impacto econômico e social nas cidades da região metropolitana de Salvador, como São Francisco do Conde, Candeias, Madre de Deus, Catu, São Sebastião do Passé, Alagoinhas, com o crescimento do desemprego.
“É um desmonte sem precedentes promovido por um governo que prova não ter nenhum compromisso com a Bahia e com o desenvolvimento no nordeste. Por isso, é importante, nesse momento, aglutinarmos força política e social para evitar esse desastre à economia e aos trabalhadores do nosso estado”, afirmou Robinson. “Se Bolsonaro levar essa proposta adiante, haverá perdas irreversíveis na área de serviços, à indústria baiana, na arrecadação do Estado, tanto de royalties como vinda do ICMS, dos municípios e o crescimento do desemprego. Enfim, um cenário de terra arrasada com a desindustrialização promovida por esse desgoverno”, ressaltou.
Na Bahia a Petrobrás tem 4 mil trabalhadores concursados e 15 mil terceirizados, que, segundo o Sindicato dos Petroleiros, serão transferidos para outros estados da federação caso a estatal encerre suas atividades em solo baiano.